"O Agrimensor contribui com a paz social através da determinação de limites."

Planta topográfica em software AutoCAD com curvas de nível, perfis e eixos projetados, representando levantamento planialtimétrico detalhado de área para obra de engenharia civil.

1) O que é

Programa pra desenhar com precisão: você monta o mapa do terreno, coloca medidas, textos e imprime nas pranchas.

 

Base técnica:
CAD vetorial 2D/3D com unidades métricas, layers, blocos, anotação escalável e layouts. Para georreferência/CRS nativo use AutoCAD Map 3D/Civil 3D; o AutoCAD “puro” trabalha em coordenadas cartesianas (sem CRS oficial).

2) Começo certo (unidades e arquivo-base)

Abra um modelo pronto com tudo configurado: metros, camadas, textos, cotagem e carimbo.

Base técnica:

  • UNITS: Tipo Decimal, Insertion Scale = Meters; INSUNITS = 6.
  • Use DWT (template) com Layer States, Text/Dim Styles (anotativo), CTB/STB, page setup e cartela.

3) Camadas (layers) — padrão que organiza

Cada coisa numa camada: limite, eixos, curvas, construções, textos.

 

Base técnica:
Sugestão (prefixo para ordenar):

  • 00-LIMITE, 01-CONFRONTANTES, 02-VERTICES, 05-EIXOS,
  • 10-CURVAS-MESTRAS, 11-CURVAS-INTERM, 12-BREAKLINES,
  • 20-EDIFICACOES, 30-HIDROGRAFIA, 40-VIAS,
  • 90-TEXTOS, 91-COTAS, 99-REFERENCIAS.
  • Defina lineweight e cores por layer; salve Layer States.

4) Polilinhas, vértices e perímetros

Desenhe o perímetro como POLYLINE (uma linha só).

 

Base técnica:
Use PLINE, PEDIT → Join, FILLET (R=0) para fechar sem buraco, OVERKILL para remover duplicadas, GEOMCHECK (quando disponível). Evite linhas soltas.

5) Blocos com atributos (vértices e marcos)

Crie um bloco pro vértice com número e coordenadas.

 

Base técnica:
BLOCK com atributos ID, E, N, Z; insira com EATTEDIT; extraia com EATTEXT pra tabela/CSV. Use Dynamic Block (pino rotacionável, escala fixa na tela com Annotative quando for só símbolo).

6) Quadro de coordenadas e área automática

AutoCAD preenche a tabela e calcula a área do polígono.

 

Base técnica:

  • EATTEXT ou DATAEXTRACTION para coordenadas (CSV/Tabela).
  • FIELD (Área) vinculado à hatch/region do lote para atualizar automático.
  • BO/BOUNDARY para gerar REGION e usar AREA.

7) Curvas de nível e TIN (no CAD “puro”)

Curvas mestras mais grossas, intermediárias mais finas; rótulo em metros.

 

Base técnica:
Importe curvas (DXF/DWG/SHP) com elevations corretas; se vier “plana”, atribua Z via scripts/LISP. Separe layers (mestra/interm) e aplique FIELD/blocos para rotulagem. Para superfícies/TIN, prefira Civil 3D; no CAD puro use plugins ou gere TIN fora e traga as curvas.

8) Georreferência (SIRGAS/UTM) — o que dá e o que não dá

Dá pra trabalhar nas coordenadas UTM, mas o AutoCAD “puro” não entende CRS sozinho.

 

Base técnica:

  • Se precisar de CRS oficial (SIRGAS2000/UTM, geóide, transformação), use Map 3D/Civil 3D (com MAPCSASSIGN, MAPIMPORT/EXPORT).
  • No AutoCAD “puro”, mantenha coordenadas numéricas corretas e documente o CRS no carimbo.

9) Xrefs, imagens e ortofotos

Ligue arquivos externos (XREF) pra não pesar; ortofoto entra como referência.

 

Base técnica:
XREF (Attachment/Overlay), IMAGEATTACH/PDFATTACH; com Map 3D use georeferenced raster (TFW/JGW). Trave layer de referência e anote origem/escala.

10) Escalas, textos e cotas (anotação sem dor)

Use estilos anotativos: o texto “cresce” sozinho conforme a escala da prancha.

 

Base técnica:

  • Annotative ON em Text/Dimension/Blocks; gerencie Annotation Scale na Viewport (Layout).
  • Estilos: TXT 1.8/2.5/3.5 mm (na folha), DIM com setas e casas decimais padronizadas.

11) Layout, viewports e impressão (CTB/STB)

Monte a prancha no Layout; a janela (viewport) tem a escala; imprime com CTB (espessuras).

 

Base técnica:

  • LAYOUT com Page Setup; VIEWPORT travada em 1:500, 1:1000, 1:2000 etc.
  • CTB (cor→peso) ou STB (estilo→peso).
  • PUBLISH/Sheet Set Manager para lote de pranchas; eTransmit para enviar com Xrefs.

12) Medir certo (não “de olho”)

Use DIST, AREA, LIST pra conferir.

 

Base técnica:
MEASUREGEOM, LIST/PROPERTIES, LENGTHEN; garanta OSNAP (Endpoint, Mid, Perp, Int), ORTHO e Polar Tracking. Grid↔Ground: se a obra estiver “no chão”, avalie fator de escala.

13) Limpeza e desempenho (arquivo leve)

Tire o que não usa e compacte: o arquivo fica leve e não trava.

 

Base técnica:
PURGE/ -PURGE (incl. Regapps), OVERKILL, AUDIT, WBLOCK, QSELECT; evite hatches gigantes com passo mínimo e linetypes muito densos.

14) Integração CAD ↔ GIS ↔ Topografia

Exporta SHP/CSV pro QGIS e CSV de coordenadas pro cartório.

 

Base técnica:
No Map 3D/Civil 3D: MAPEXPORT (SHP/GeoPackage), MAPIMPORT. No CAD puro: DXF + conversores externos; CSV de vértices via DATAEXTRACTION. Para LandXML (superfícies, alinhamentos), use Civil 3D.

15) Fluxo típico de um perímetro (do CSV à prancha)

  1. Importa pontos (CSV),
  2. Liga em ordem (POLYLINE),
  3. Confere área,
  4. Gera tabela,
  5. Monta prancha e imprime.

Base técnica:
SCRIPT/LISP pra desenhar por coordenadas; PEDIT fechar; FIELD área; EATTEXT quadro; Layout com viewport bloqueada; PDF com CTB padronizado.

16) Civil 3D x AutoCAD “puro”

O AutoCAD faz o desenho. O Civil 3D faz superfícies, perfis, corredores e rótulos inteligentes.

 

Base técnica:
Quando houver curvas automáticas, MDT, perfis, seções, parcelamento e rótulos dinâmicos, vale ir de Civil 3D. Para plantas cadastrais e memoriais simples, o AutoCAD “puro” resolve.

17) Erros que dão retrabalho (evite!)

  • Desenhar em centímetros quando era metro.
  • Linhas soltas e perímetro aberto.
  • Texto minúsculo na prancha.
  • Arquivo pesado por sujeira.

 

Base técnica:
Unidades/INSUNITS errados; ausência de standards (layers/text/dim); plines com sobreposição; não usar Annotative; esquecer CTB; falta de PURGE/OVERKILL/AUDIT; CRS não documentado.

18) Dicas ninja (ganhos rápidos)

  • Alias de comando (PGP) e teclas rápidas.
  • Osnap bem configurado.
  • Layer States salvos.

 

Base técnica:
QSELECT/FILTER pra editar em massa; VIEWTW (rotacionar vista) sem girar desenho; MTJIGSTRING pra texto fluido; Express Tools (TFLayer, Flatten); Fields pra carimbo (nome do arquivo, data, escala).

19) Checklist de entrega (copiar/colar)

  • UNITS/INSUNITS em metros
  • Layers padronizados + lineweights
  • Perímetro em PLINE fechado, área por FIELD
  • Blocos de vértices com ID/E/N/Z + DATAEXTRACTION
  • Text/Dim anotativos e legíveis na escala
  • Layout com viewport travada e CTB correto
  • Xrefs e raster bem referenciados
  • PURGE/OVERKILL/AUDIT feitos; eTransmit do pacote
  • CRS documentado no carimbo (ou Map/C3D com CRS atribuído)

20) Passo a passo prático (rota enxuta)

  1. Abra o template;
  2. Importe pontos e desenhe;
  3. Organize em layers;
  4. Texto/cotas (anotativo);
  5. Layout + escala + CTB;
  6. PDF e pacote eTransmit.

 

Base técnica:
DWT padrão → unidades/layers/estilos → geometria limpa (PLINE, OVERKILL) → atributos/extração → anotação escalável → layouts/plot → QA (área, medidas) → documentação (CRS, metadados).

20) Passo a passo prático (rota enxuta)

  1. Abra o template;
  2. Importe pontos e desenhe;
  3. Organize em layers;
  4. Texto/cotas (anotativo);
  5. Layout + escala + CTB;
  6. PDF e pacote eTransmit.

 

Base técnica:
DWT padrão → unidades/layers/estilos → geometria limpa (PLINE, OVERKILL) → atributos/extração → anotação escalável → layouts/plot → QA (área, medidas) → documentação (CRS, metadados).

21) Resumo

Template bom + layers + anotação certa + limpeza = planta leve e legível.


Base técnica:

  • Métrica em metros, PLINE fechado, quadro automático, Annotative e layouts;
  • Xrefs controlados, CTB padronizado e QA (área/medidas);
  • Se precisar de CRS/MDT e rótulos inteligentes, Map 3D/Civil 3D.