"O Agrimensor contribui com a paz social através da determinação de limites."

Drone realizando mapeamento aéreo com sensores multiespectrais, capturando imagens georreferenciadas para geração de mapas agrícolas e análises topográficas de precisão.

1) O que é

Um drone tira muitas fotos aéreas (ou mede com laser/LiDAR) e o computador transforma isso em mapas, modelos 3D e medidas (áreas, distâncias, volumes).

 

Base técnica:
Plataformas multirrotor/asa fixa/VTOL com sensor RGB, multispectral, térmico ou LiDAR. Produtos fotogramétricos: ortomosaico, DSM/DTM, nuvem de pontos, curvas. Com RTK/PPK e GCPs bem distribuídos, alcança acurácia centimétrica para cadastro/engenharia.

2) Quando usar (aplicações)

  • Medir área,
  • fazer mapa rápido,
  • curvas de nível,
  • volumes de pilhas,
  • acompanhar obra.

Base técnica:
Cartografia de alta resolução, cadastro urbano/rural, volumetria (estoques/cortes), as built, loteamentos/estradas/corredores, inspeções, apoio a regularização (base cartográfica) e planejamento de terraplenagem.

3) Plataformas (qual drone escolher)

  • Multirrotor: decola e pousa “na vertical”, ótimo em áreas menores e locais apertados.
  • Asa fixa/VTOL: cobre áreas grandes com mais autonomia.

 

Base técnica:
Multirrotor = alta manobrabilidade, GSD baixo, produtividade média. Asa fixa/VTOL = grandes extensões, menor GSD por watt/h, exige área de pouso ou transição VTOL. Escolha pelo tamanho da área, relevo e janelas de voo

4) Sensores (o “olho” do drone)

  • RGB (foto normal): serve para mapas e medidas.
  • LiDAR (laser): “enxerga” solo sob vegetação.
  • Multiespectral: agricultura/vegetação.

 

Base técnica:
RGB → fotogrametria (ortofoto, nuvem densa). LiDAR → retornos múltiplos, DTM sob copa, bom para declividade/hidrologia. Multiespectral → índices (NDVI etc.). Preferir câmeras global shutter; calibrar parâmetros internos/boresight.

5) Precisão (de que depende)

Da altura de voo (GSD), da qualidade da câmera/laser, do RTK/PPK e dos pontos no chão (GCPs) bem feitos.

 

Base técnica:
GSD (cm/pixel) define detalhe mínimo. RTK/PPK reduz erro absoluto; GCPs/Checkpoints controlam RMSE XY/Z. Em RGB com RTK + GCPs: 1–3 cm plano, 2–5 cm vertical (condições boas). Em LiDAR bom: densidade ≥50–200 pts/m² e RMSEz cm-decimétrico.

6) Planejamento de voo (parametrização)

  • Altura define detalhe,
  • Sobreposição (frente/lado) garante encaixe,
  • Velocidade/obturador evita foto tremida.

 

Base técnica:
Overlap: 75–85% longitudinal, 60–80% lateral (mais em áreas complexas). GSD alvo (ex.: 2–3 cm urbano). Velocidade compatível com tempo de exposição; evitar blur. Voe próximo ao meio-dia (sombra curta); vento baixo.

7) RTK/PPK × GCPs (como combinar)

 Drone com RTK/PPK ajuda muito, mas ainda é bom ter pontos de checagem no chão.

 

Base técnica:

  • RTK/PPK + 0–3 GCPs + 3–6 Checkpoints → ótimo custo/benefício.
  • Sem RTK/PPK: usar 5–10 GCPs bem distribuídos + Checkpoints independentes.
  • Nunca dispense checkpoints para validar RMSE.

8) GCPs e Checkpoints (marcar certo)

 Marque alvos visíveis nas fotos, meça com RTK no chão, e espalhe pelos cantos e centro.

 

Base técnica:
Distribuição em rede (bordas, centro, gradiente de relevo), alvos de alto contraste, registrar SR/projeção e modelo geoidal. Checkpoints fora do ajuste para validar.

9) Referencial geodésico (SR)

 Junte todos os escaneios num mesmo sistema, e amarre ao mapa oficial (SIRGAS2000).

Base técnica:

  • Target-based (best-fit), cloud-to-cloud (ICP), hybrid.
  • Controle externo: GNSS/RTK e estação total para amarrar a rede.
  • Transformações local ↔ grid (Helmert 2D/3D) quando o projeto estiver em grade local.

10) Fluxos de voo (área x corredor)

  • Área: linhas em grid.
  • Corredor (estrada/rios): faixas paralelas acompanhando o eixo.

 

Base técnica:
Corredores exigem overlap maior e faixas bem alinhadas; considerar missões oblíquas para fachadas/escarpas e faixas de segurança laterais.

11) LiDAR embarcado (quando escolher)

Use LiDAR se a área tem muita vegetação ou precisa de cota do solo com precisão.

 

Base técnica:
LiDAR gera retornos múltiplos; com boresight calibrado e trajetória estável (GNSS/IMU/PPK), produz DTM confiável sob copa. Requer GCPs/targets para validação e classificação (solo/vegetação/estruturas).

12) Processamento (do bruto ao mapa)

Carrega as fotos, o software alinha, cria pontos, modelo e ortofoto.

 

Base técnica:
Fotogrametria: aerotriangulação/SfM, nuvem densa, DSM/DTM, ortomosaico; calibração de câmera; balanceamento de cores. LiDAR: fusão de trajetória, boresight, classificação e filtragem. Exportar GeoTIFF/LAS/LAZ/DWG/SHP/CSV.

13) Produtos (o que entregar)

  • Ortofoto (GeoTIFF),
  • Curvas de nível e Amapa de declividade,
  • Nuvem de pontos e modelo 3D,
  • Relatório de precisão.

 

Base técnica:
Ortomosaico (GeoTIFF; tileado se preciso), DSM/DTM (GeoTIFF), LAS/LAZ/E57, curvas (SHP/DWG), MDT/TIN, perfis e volumetria (planilha). PDF em escala com carimbo (SR, geóide, GSD, RMSE).

14) Integração com topografia “clássica”

Use RTK e estação total para amarrar e conferir o que o drone fez.

Base técnica:
Rede de apoio/checagem (GNSS/TS), breaklines com estação para MDT hidro-coerente, perímetros normatizados (NBR 13.133) quando for para cartório; drone fornece base e detalhamento.

15) QA/QC (provar que está certo)

Compare o mapa com os pontos medidos no chão; veja o erro em cm.

 

Base técnica:
Relatar RMSE XY/Z em Checkpoints, resíduos na AT, heatmaps de erro, consistência de seamlines e estatísticas (GSD, densidade LiDAR). Definir critérios de aceitação conforme uso.

16) Limitações e cuidados

Vento, chuva, água e vegetação mexendo atrapalham; vidro/metal enganam a foto.


Base técnica:
Evitar underlap (<70/60), blur (tempo de exposição alto), rolling shutter em voo rápido, baixa textura (solo homogêneo); ajustar exposição/white balance; em LiDAR, atenção a incidência e reflectância.

17) Erros comuns (e como evitar)

  • Pouca sobreposição;
  • Sem GCP/Checkpoints;
  • RTK/PPK mal configurado;
  • GSD alto demais (pouco detalhe).

 

Base técnica:
Base mal coordenada, latência/perda de link NTRIP, alvos invisíveis, SR/projeção errados, modelo geoidal ausente, boresight inconsistente (LiDAR), sem breaklines no MDT.

18) Passo a passo prático (rota enxuta)

  1. Defina o objetivo (mapa, curvas, volume).
  2. Planeje GSD/overlap e marque GCPs.
  3. Configure RTK/PPK (ou garanta GCPs).
  4. Voe, baixe dados e processe.
  5. Confira com checkpoints e entregue arquivos + relatório.

 

Base técnica:
Escopo/precisão → plano de voo (GSD/overlap/velocidade) → GCPs/RTK/PPK → coleta (log RAW) → processamento (AT/densa/DSM/DTM/orto ou LiDAR) → QA/QC (RMSE) → exportações CAD/GIS + PDF com carimbo.

19) Entregas e formatos

Arquivos que abrem no AutoCAD e no QGIS, e PDF com o mapa.

 

Base técnica:
DWG/DXF, SHP/GeoPackage, CSV (ID;E;N;Z), GeoTIFF (orto/DSM/DTM), LAS/LAZ (nuvem), LandXML (MDT), PDF em escala, Metadados (SR, geóide, GSD, RMSE, RTK/PPK, GCPs).

20) Resumo

  • Objetivo/LOD definidos (mm/cm)
  • Plano de setups/rota e cobertura sem sombras
  • Targets/loops suficientes e GCPs (quando preciso)
  • Registro com RMS baixo e georreferência em SIRGAS2000
  • Limpeza/classificação e MDT/TIN com breaklines
  • Entregas: LAS/LAZ/E57 + CAD/BIM + PDF com carimbo (SR/projeção/geóide)
  • Relatório QA/QC (RMS, checkpoints, densidade) e ART/RRT

20) Resumo

Voo bem planejado + RTK/PPK ou GCPs + checagem = mapa que mede certo.

 

Base técnica:

SIRGAS2000/UTM + geóide, GSD/overlap adequados, checkpoints com RMSE documentado, MDT/TIN com breaklines, entregas CAD/GIS/PDF padronizadas.