"O Agrimensor contribui com a paz social através da determinação de limites."

Estação total posicionada sobre tripé realizando levantamento planialtimétrico em área de escavação, com marcações de campo visíveis e relevo acidentado ao fundo, utilizada para medições topográficas de precisão em obras de engenharia civil.

1) O que é

Quando falamos “Plani”, estamos nos referindo aos limites do lote e suas adjacências. E
o termo “altimétrico” se refere as alturas ou relevo do solo. A altimetria é representada por curvas
de nível que nos mostram como a topografia do imóvel se comporta.

2) Para que serve (aplicações típicas)​

Para a elaboração de projetos de arquitetura, engenharia e terraplenagem. Por
ser o estudo mais completo, tal planta pode ser utilizada também como base para a regularização
do imóvel, se encontradas divergências.

Principais itens:

  • Situação Real x Escritura;
  • Número de matrícula e contribuinte;
  • Representação de ângulos internos, azimutes e coordenadas dos vértices;
  • Delimitação do lote citando sua área individual;
  • Delimitação e representação da área unificada, caso haja mais de um imóvel;
  • Reconstituição do polígono das matrículas;
    Malha triangular, interpolando cotas de nível;
  • Sombra de construções vizinhas;
  • Níveis de vizinhos de todos os pavimentos (caso haja mais de um), inclusive dos subsolos;
    Largura e altura de muros;
  • Inclusão de curvas e cotas de nível precisas;
  • Inclusão de vértices e coordenadas dos lotes
    Inclusão do levantamento de postes, bocas de lobo, pontos de ônibus, faixas de pedestres,
    acessos de deficiente, árvores no passeio, etc.;
  • Inclusão do levantamento de leitos de rios, córregos ou nascente se houver;
  • Identificação de áreas não edificadas;
  • Inclusão de PV’s de águas pluviais, esgoto e Sarjetas;
  • Desenho preciso dos passeios (calçadas), guias rebaixadas e ruas;
  • Árvores com seus respectivos (DAPS);
  • Referência de Nível;
  • ART/TRT

3) Quando escolher planimétrico x planialtimétrico

  • Se precisa só “desenhar no mapa”: planimétrico.
  • Se precisa saber alturas, rampas, cortes/aterros: planialtimétrico.

 

Base técnica:
Projetos de terraplenagem, drenagem, pavimentação, acessibilidade, taludes exigem altimetria (curvas de nível/MDT). Atos registrais que pedem apenas perímetro podem aceitar o plano.

4) Saídas (entregáveis do trabalho)

  • Planta clara do terreno e elementos.
  • Quadro de coordenadas (tabela com X/Y ou N/E).
  • Memorial descritivo (texto que explica a planta).
  • ART/RRT do responsável.


Base técnica:

  • Planta planimétrica com vértices identificados, escala, legenda, confrontações.
  • Quadro de coordenadas em SIRGAS2000/UTM (preferencial) ou outro SR definido.
  • Memorial com sequência de lados, distâncias, azimutes/rumos (se aplicável), área.

5) Precisão e métodos (NBR 13.133 – visão prática)

 Pode ser feito com GPS RTK, estação total ou drone (quando dá). O importante é ficar preciso e fechar as medidas.


Base técnica:

  • GNSS/RTK para vértices/longo alcance; estação total para detalhes e visadas curtas; fotogrametria para mapeamento de feições (com apoio de solo).
  • Ajustes/redundância: fechamento angular/linear, redes de apoio, checagem de pontos de controle.
  • Classe de exatidão compatível com o fim (registro, projeto, cadastro).

6) Sistema de referência e projeção

Usar o padrão SIRGAS2000 (oficial no Brasil). Assim, seu terreno “bate” com mapas e com o cartório.


Base técnica:
Adotar SIRGAS2000; em urbano, usual UTM (fuso da região). Informar no carimbo: datum, projeção, meridiano, fator de escala (quando aplicável).

7) Como é feito (campo → escritório → entrega)

  1. O time marca pontos e mede tudo.
  2. No escritório, confere e desenha a planta.
  3. Entrega a planta, tabela de coordenadas e o memorial.


Base técnica:

  • Campo: implantação/ocupação de apoios, levantamento de vértices e feições (poligonais, radiais, RTK), controles.
  • Processamento: descarte de outliers, compensações, transformação de datum (se houver), geração de DXF/DWG/CSV.
  • Apresentação: plotagem na escala definida, legibilidade, consistência planta↔memorial.

8) Planta e simbologia (apresentação que “passa”)

Planta limpa, com linhas nítidas, letras legíveis, cantos numerados e vizinhos com nome.


Base técnica:

  • Carimbo técnico (profissional, CREA/CAU, ART/RRT, data, escala, SR/projeção).
  • Legendas padronizadas, espessuras de linha e cotagem coerentes.
  • Confrontantes nomeados e referências (eixo de via, marcos, pontos de apoio).
  • Quadro de áreas (total e, se houver, glebas internas).

10) Uso em cartório/regularização

Serve para corrigir medidas (retificação), dividir (desdobro) ou juntar (unificação) — quando não pedem altura.


Base técnica:

Atende exigências de descrição perimetral (limites, confrontações, coordenadas). Se o ato exigir georreferenciamento rural ou altimetria, migrar para o planialtimétrico e/ou certificação SIGEF (conforme o caso).

9) Integração CAD/GIS/BIM (entregas digitais)

 Peça também os arquivos: dá pra abrir no AutoCAD e em mapas (QGIS).


Base técnica:

  • DWG/DXF (layers organizados), CSV de coordenadas (ID;E;N), SHP/GeoPackage para GIS.
  • PDF em escala com carimbo e QR Code (opcional) apontando para metadados/versão.
  • Padronizar unidades, SRID e nomenclatura de vértices.

11) Erros que dão nota devolutiva (evite!)

  • Planta sem coordenadas ou ilegível.
  • Memorial diferente da planta.
  • Sem ART/RRT.
  • Vizinhos sem nome.

 

Base técnica:
Inconsistência planta↔memorial (área/lados), SR/projeção não indicado, precisão incompatível, falta de controles (sem fechamento), metadados ausentes, camadas CAD despadronizadas.

12) Passo a passo prático (rota enxuta)

  1. Contrate o topógrafo.
  2. Ele mede e desenha.
  3. Você recebe planta + coordenadas + memorial + ART/RRT.
  4. Se for registro, leve ao cartório; se for projeto, entregue ao arquiteto/engenheiro.

 

Base técnica:
Escopo claro → plano de controle → coleta redundante → processamento e QA → entregas CAD/GIS + PDFrelatório técnico → suporte a exigências (se houver).

13) Dúvidas rápidas

Dá pra converter em planialtimétrico depois?
Sim: aproveita as bases e adiciona altimetria (nível/RTK/laser/drone) para gerar curvas/MDT.


Posso usar drone sem apoio de solo?
Para precisão cadastral, não é recomendado: use pontos de apoio e checagem.


Qual escala da planta?
Depende do tamanho/uso. Em urbano, 1:500 a 1:1000 é comum; em glebas maiores, 1:2000/1:5000 (com detalhamentos locais).

14) Resumo

Medir direito, planta limpa e tabela de coordenadas = trabalho que resolve.

 

Base técnica:

Conformidade com NBR 13.133, SIRGAS2000/UTM, QA/fechamentos, planta + memorial + ART/RRT e entregas CAD/GIS coerentes.