"O Agrimensor contribui com a paz social através da determinação de limites."

Interface do AutoCAD Civil 3D mostrando curvas de nível de superfície topográfica, utilizadas em levantamentos planialtimétricos e modelagem digital de terreno.

1) O que é

É um software brasileiro de topografia para organizar pontos, montar o terreno (MDT), gerar curvas de nível, perfis/seções, volumes de corte/aterro, lotes e pranchas.

 

Base técnica:
Ambiente CAD/topográfico com módulos de Survey (banco de pontos + codificação), Superfícies TIN, Curvas, Perfis/Seções, Terraplenagem, Alinhamentos simples, Parcelamento e Relatórios; integra GNSS/RTK e Estação Total por importação/exportação.

2) Quando usar (e quando não)

  • Usa para levantamentos, retificação, loteamentos, plataformas e estradas simples.
  • Não usa quando precisa de BIM pesado/corredores complexos (aí é Civil 3D).

Base técnica:
Excelente para cadastro/engenharia leve–média e quantitativos; para projetos viários de múltiplas faixas, drenagens complexas e integração BIM ampla, preferir soluções dedicadas.

3) Fluxo geral (foto de cima)

Importa pontos → 2) Desenha automático (pelos códigos) → 3) Faz o MDT → 4) Curvas → 5) Perfis/Seções → 6) Projeto/Volumes → 7) Pranchas/Relatórios.


Base técnica:
Pipeline: Survey DBDescription Keys/FigurasBreaklines/BoundariesTIN/curvasamostragem em perfis/seçõesgrids de corte/aterrotabelas e PDFs.

4) Importação de dados de campo

 Lê CSV/TXT de GNSS e estação total.

 

Base técnica:
Suporta formatos comuns de coordenadas (ID;E;N;Z;Desc), diários RAW/SDR e planilhas; permite configurar separador, ordem de colunas e sistemas de referência na entrada.

5) Codificação “Field-to-Finish”

 Use códigos no campo (ex.: EIXO, SARJ, CERCA) e o software desenha linhas e aplica blocos sozinho.

 

Base técnica:
Tabelas de Description Keys mapeiam código → layer/símbolo/linha; “figuras” conectam pontos pela ordem de coleta (comandos de início/fim/fechamento por sufixo).

6) Superfície (MDT/TIN)

Crie o MDT com os pontos, linhas de quebra e o limite.

 

Base técnica:
Superfície TIN com mass points, breaklines (sarjetas, cristas/talvegues) e boundary (outer/hide). Controles de weeding/supplementing e mínimo de triângulo para estabilidade.

7) Curvas de nível

Gere curvas mestras (grossas) e intermediárias (finas) com a distância escolhida.

 

Base técnica:
Extração a partir do TIN com equidistância definida (urbano: 0,5 m; rural: 1–2 m, conforme objetivo), suavização controlada e rótulos automáticos; preserva breaklines.

8) Perfis e Seções

Tire o perfil longitudinal e as seções para ver subida/descida e calcular cortes/aterros.

 

Base técnica:
Amostragem do MDT por eixo/alinhamento (perfil) e por linhas de amostra (seções), com bandas de cotas e áreas; exporta caderno de estacas.

9) Terraplenagem (plataformas e volumes)

Defina a cota de projeto, o software mostra onde corta e onde aterra, e dá o volume.

 

Base técnica:
Geração de superfície de projeto (platô/taludes) e surface de volumes (Existente × Projeto), com mapa de corte/aterro, curvas zero e relatórios (balanço).

10) Estradas simples (alinhamento + greide)

 Crie o eixo da via, desenhe o perfil e obtenha volumes por estaca.

 

Base técnica:
Ferramentas para alinhamento em planta (retas/curvas) e perfil de projeto (PVIs), seções tipo simples (larguras/taludes) e quantitativos por estação.

11) Parcelamento (lotes)

 Crie o eixo da via, desenhe o perfil e obtenha volumes por estaca.

 

Base técnica:
Ferramentas para alinhamento em planta (retas/curvas) e perfil de projeto (PVIs), seções tipo simples (larguras/taludes) e quantitativos por estação.

12) Plantas e memoriais (cartório/prefeitura)

Sai a planta com tabela de coordenadas e o memorial descritivo prontinhos.

 

Base técnica:
Geração de planta cadastral com carimbo, quadro de coordenadas (E/N/Z), confrontantes e área; memorial sequencial (lados/azimutes/rumos/medidas). Organização em layers/CTB para plotagem.

13) Locação (stakeout & caderno de estacas)

Exporte pontos/estacas para o coletor e leve a obra com coordenadas.

 

Base técnica:
Exporta CSV/planilhas (ID;E;N;Z;Descrição), pontos do eixo por estaca/offset, linhas guia; relatórios de coordenadas de locação e offsets para estação total/RTK.

14) Integração com outros softwares

Abre no AutoCAD/Civil 3D e no QGIS.

 

Base técnica:
Exporta/Importa DXF/DWG, CSV, SHP/GeoPackage e (quando aplicável) LandXML para superfícies/alinhamentos; anexa raster/ortofoto como base (com SR documentado).

15) Sistema de referência (SR)

Trabalhe em SIRGAS2000/UTM e anote no carimbo; se a obra usar medida no chão, registre a escala.

 

Base técnica:
Definição de datum/projeção (fuso UTM); se necessário, transformação grid↔ground (fator de escala/Helmert) e modelo geoidal para alturas ortométricas.

16) Estilos, layers e impressão

Use layers padronizados e CTB para uma prancha limpa e leve.

 

Base técnica:
Padrões de lineweight/cores, text/dim com anotação coerente por escala, layouts com viewports travadas e legendas (equidistância, norte, escala gráfica).

17) QA/QC (garantia de qualidade)

 Conferir área, fechar perímetros, checar pontos e comparar com o campo.

 

Base técnica:

  • Fechamentos (angular/linear) em poligonais;
  • Checkpoints independentes (E/N/Z);
  • Coerência planta ↔ memorial ↔ tabelas;
  • Verificação de SR/projeção e fuso;
  • Relatório técnico (métodos, precisão, datas).

18) Erros comuns (e como evitar)

  • Fuso/SR errado;
  • Polilinha aberta;
  • Curvas serrilhadas por MDT ruim;
  • Volumes incoerentes.

 

Base técnica:
Falta de breaklines/boundary no TIN, pontos duplicados/outliers, equidistância inadequada, grid↔ground ignorado, layer/CTB despadronizados e memorial divergente da planta.

19) Dicas rápidas (ganhos fáceis)

  • Codifique bem no campo;
  • Quebre o MDT com linhas;
  • Templates prontos de prancha.

 

Base técnica:
Tabelas de códigos e figuras; breaklines em taludes/sarjetas; templates com layers/CTB; snaps e filtros de seleção; macros para quadro de coordenadas.

20) Passo a passo prático (rota enxuta)

  1. Importe pontos (CSV),
  2. Desenhe com códigos,
  3. MDT + curvas,
  4. Perfis/Seções,
  5. Projeto/Volumes,
  6. Memorial + quadro,
  7. Plot/PDF e exportações.

 

Base técnica:
Survey → Keys/Figuras → TIN (breaklines/boundary) → Curvas (equidistância) → Perfil/Seções → Superfície de Projeto + Volume → Relatórios (caderno, áreas) → Layouts/CTB → DXF/SHP/CSV.

21) Checklist de entrega (copiar/colar)

  • SR SIRGAS2000/UTM documentado (grid×ground claro)
  • MDT com breaklines/boundary e curvas legíveis (equidistância indicada)
  • Perfil/Seções com bandas e áreas
  • Volumes (Existente × Projeto) com mapa de corte/aterro
  • Planta com quadro de coordenadas, confrontantes e área por FIELD
  • Memorial descritivo coerente com a planta
  • Caderno de estacas/locação (se houver)
  • Layouts com CTB e viewports travadas
  • Relatório técnico (métodos, precisão, datas) + ART/RRT
  • Arquivos: DWG/DXF + CSV + SHP/GeoPackage + PDF

22) Resumo

Importar certo + codificar bem + MDT com breaklines + pranchas limpas = trabalho que passa na prefeitura/cartório e serve pra obra.


Base técnica:

SR correto (SIRGAS/UTM), QA/QC com checkpoints/fechamentos, coerência planta↔memorial↔tabelas, volumes revisados e exportações padronizadas (DWG/CSV/SHP/PDF).